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Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Neo-Hippie

Os "Neo-Hippies" nasceram no século XXI, com os hippies originais herdaram o mesmo gosto pelas roupas, cabelos, acessórios e músicas. Em geral não se preocupam muito se a roupa é ou não de griffe, porém, tem seu estilo peculiar, nem que sejam em pequenos detalhes, como simples colares ou brincos. Estão em toda área da sociedade com seus cabelos compridos e roupas características, hoje além de artezãos são arquitetos, atores, artitas plásticos... Ou até mesmo técnicos em informática ou eletrônica ( esse é meu caso. rsrsrs ).
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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Anjos e Demônios

Sérgio Biagi Gregório http://www.ceismael.com.br/artigo/artigo125.htm

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. História do Demônio. 4. A Igreja Católica e a sua Dogmática: 4.1. Hierarquia dos Anjos; 4.2. Lúcifer e Satã; 4.3. Demonologia. 5. Anjos e Demônios na Ótica Espírita: 5.1. Anjos; 5.2. Demônios; 6. O Pensamento e as Influências Espirituais: 6.1. As Idéias e o Pensamento; 6.2. As Influências Espirituais: 6.3. Decisão das Trevas. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por anjo? E por demônio? Há diferença entre a posição católica e a espírita? Nosso objetivo é fazer um estudo comparativo, no sentido de melhor entender as relações entre esses dois temas e os seus correlatos: Satanás, Diabo e Lúcifer.

2. CONCEITO

Anjo – Ser espiritual que exerce o ofício de mensageiro entre Deus e os homens. A palavra anjo desperta geralmente a idéia da perfeição moral; não obstante, é freqüentemente aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade.

Demônio – 1. Nas crenças da Antiguidade e no politeísmo, gênio inspirador, bom ou mal, que presidia o caráter e o destino de cada individuo; alma, espírito. 2. Nas religiões judaicas e cristãs, anjo mau que, tendo-se rebelado contra Deus, foi precipitado no Inferno e procura a perdição da humanidade; gênio ou representação do mal; espírito maligno, espírito das trevas, Lúcifer, Satanás, Diabo. 3. Cada um dos anjos caídos ou gênios maléficos do Inferno, sujeitos a Lúcifer ou Satanás. (Dicionário Aurélio)

3. HISTÓRIA DO DEMÔNIO

A história de uma palavra mostra-nos as suas transformações ao longo do tempo. O termo demônio não fugiu à regra. Nas crenças populares gregas da antiguidade, era usada para designar os espíritos dos falecidos, que dispunham de forças sobrenaturais, intervindo de modo extraordinário na natureza e na vida dos homens, e contra os quais os homens deviam se defender através da magia. Os filósofos gregos o elevou à esfera do divino, por isso o daimon socrático. O termo demônio não é citado no AT, onde só aparece, nos últimos livros. Ele existe no Novo Testamento, onde os Evangelistas confundem os demônios com Satã. Quer dizer, o demônio só surge com a influência grega.

Na época do Novo Testamento, as almas dos mortos, assimiladas às das divindades, foram confundidas com as manes, os lares e os gênios latinos. Estas concepções penetram a Palestina. Com a vinda dos romanos, o Demônio grego transforma-se em Diabo, cujo significado passou a ser "espírito da mentira" ou "caluniador".

O Daimon grego passa a ser o Diabolus romano. Na Baixa Idade Média, o Diabolus romano ganha força. Como o Diabolus romano era um "espírito mau", passou a designar o espírito mau hebraico, Satã. Para explicar a sua presença como tentador do mundo, os padres da Igreja recorreram à lenda da revolta do anjo Azazel, dos Livros de Enoque, que eram apócrifos. (Sampaio, 1976)

4. A IGREJA CATÓLICA E A SUA DOGMÁTICA

4.1. HIERARQUIA DOS ANJOS

A fonte da angelologia medieval é o texto do Pseudo-Dionísio, o Areopagita, Sobre a Hierarquia Celeste (séc. V). A hierarquia celeste é constituída por nove ordens de anjos agrupados em disposições ternárias. A primeira é a dos Serafins, dos Querubins e dos Tronos; a segunda é a das Dominações, das Virtudes e das Potestades; a terceira, a dos Principados, dos Arcanjos e dos Anjos. Essa doutrina foi aceita por S. Tomás e adotada por Dante no Paraíso. (Abbagnano, 1970)

4.2. LÚCIFER E SATÃ

Lúcifer - o Príncipe dos Demônios - não é referendado na Bíblia (VT e NT). Apresenta-se como sinônimo de Diabo, Demônio e Satanás. Este nome surgiu na Baixa Idade Média, baseado numa divindade associada ao planeta Vênus. Os teólogos, para criar o termo, recorreram ao Livro de Enoque, considerado apócrifo, do qual restam vestígios na Bíblia, em Gênesis, 6.

"Lúcifer, produto da teologia cristã, foi associado aos "diabos" Satã, ao conceito de "demônio" dos gregos e ao princípio do dualismo Bem e Mal do Zoroatrismo, entre outras tradições".

Satã significa "o adversário", "o acusador". O termo "acusador" existia no Império Persa, cuja função era a de percorrer secretamente o reino e fiscalizar tudo o que estava sendo feito de mal no sentido de apresentar denúncias diante do Imperador, que mandava chamar os funcionários faltosos e os castigava.

Com a evolução da doutrina religiosa judaica, Satã acabou se convertendo, de um acusador dos pecados dos homens, num deus secundário, oposto a Javé.

Satã não é Lúcifer. Ele não é um anjo que se revoltou contra o Senhor. Ele é apenas um acusador., ou seja, um dos olhos do Senhor, que anda pela Terra e comparece perante o Senhor para acusar. (Sampaio, 1976)

4.3. DEMONOLOGIA

Na Idade Média surge a Demonologia, ciência dos demônios, cujo objetivo era fazer um tratado sobre os demônios.

Lúcifer-Satã-Diabo-Demônio, ao cair, levou muitos consigo. 19 anjos principais e uns 200 liderados que teriam “caído”.

A 1.ª medida da demonologia foi o recenseamento do Inferno, no sentido de estabelecer o número de demônios que ali habitavam. Foram contados 7.045.926 demônios.

Havia também movimentos políticos no inferno. Satã, o diabo grosseiro, da luxúria e da gula, dos defeitos capitais dá um golpe de estado, depondo lúcifer do comando. (Sampaio, 1976)

5. ANJOS E DEMÔNIOS NA ÓTICA ESPÍRITA

5.1. ANJOS

P.128 - Os seres que chamamos anjos, arcanjos, serafins, formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos?

- Não; são Espíritos puros: estão no mais alto grau da escala e reúnem em si todas as perfeições.
A palavra anjo desperta geralmente a idéia da perfeição moral; não obstante, é freqüentemente aplicada a todos os seres, bons e maus, que não pertencem à Humanidade. Diz-se: o bom e o mau anjo; o anjo da luz e o anjo das trevas; e nesse caso ele é sinônimo de Espírito ou de gênio. Tomamo-lo aqui na sua boa significação.

P.129 - Os anjos também percorrem todos os graus?

- Percorrem todos. Mas, como já dissemos: uns aceitaram a sua missão sem murmurar e chegaram mais depressa; outros empregaram maior ou menor tempo para chegar à perfeição.

P. 130 – Se a opinião de que há seres criados perfeitos e superiores a todos os outros é errônea, como se explica a sua presença na tradição de quase todos os povos?

- Aprende que o teu mundo não existe de toda a eternidade, e que muito antes de existir há havia Espíritos no grau supremo; homens, por isso, acreditaram que eles sempre haviam sido perfeitos.

5.2. DEMÔNIOS

P.131 - Há demônios, no sentido que se dá a essa palavra?

- Se houvesse demônios, eles seriam obra de Deus. E Deus seria justo e bom, criando seres infelizes, eternamente voltados ao mal?

A palavra demônio não implica a idéia de Espírito mau, a não ser na sua acepção moderna, porque o termo grego daimon, de que ele deriva, significa gênio, inteligência, e se aplicou aos seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção.
Os homens fizeram, com os demônios, o mesmo que com os anjos. Da mesma forma que acreditaram na existência de seres perfeitos, desde toda a eternidade, tomaram também os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. A palavra demônio deve portanto ser entendida como referente aos Espíritos impuros, que freqüentemente não são melhores do que os designados por esse nome, mas com a diferença de ser o seu estado apenas transitório. São esses os Espíritos imperfeitos que murmuram contra as suas provações e por isso as sofrem por mais tempo, mas chegarão por sua vez à perfeição quando se dispuserem a tanto. (Kardec, 1995)

5.3. HÁ LÓGICA NA DOUTRINA DOS ANJOS DECAÍDOS?

Não. Ora, como pode um Espírito que atingiu uma luz espiritual da perfeição retrogradar e ficar numa posição de inferioridade. O progresso é uma lei natural, compulsória e inexorável, que nos impulsiona sempre para frente. Em A Gênese, Allan Kardec reporta-se ao Paraíso Perdido, em que Espíritos de outros mundos vieram reencarnar na Terra. Cita o caso dos exilados de Capela, orbe semelhante ao da Terra, situado na Constelação de Cocheiro, que estava passando por um período de transformação, semelhante ao que estamos verificando no Planeta Terra. Embora tenham reencarnado num mundo inferior, eles não perderam o progresso adquirido, não regrediram moralmente e intelectualmente, apenas tiveram que fazer as suas experiências num mundo mais hostil, justamente para se equilibrarem no campo moral.

6. O PENSAMENTO E AS INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS

6.1. AS IDÉIAS E O PENSAMENTO

O tema anjos e demônios leva-nos a refletir sobre a nossa condição humana, especificamente na relação que temos com o conhecimento da verdade. Em nosso dia-a-dia produzimos idéias. As idéias formam o nosso pensamento. O pensamento dirige-se à verdade das coisas. A percepção da verdade das coisas está subordinada ao nosso grau de evolução espiritual e intelectual. Por isso, diz-se que somente atingiremos a verdade quando pudermos ter um perfeito relacionamento entre o sujeito e o objeto, ou seja, somente quando o objeto refletir-se fielmente na mente do sujeito. Para que isso se dê, temos que desobstruir a nossa mente dos preconceitos e das diversas idiossincrasias automatizados em nosso subconsciente.

6.2. AS INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS

Os anjos e os demônios simbolizam as influências que recebemos dos Espíritos que nos acompanham. De acordo com a instrução de diversos Espíritos, somos monitorados por uma avalanche deles. Nesse sentido, há os Espíritos bons que nos incentivam ao bem e os maus que induzem ao mal. Aceitar ou não suas sugestões é um trabalho que depende de nossa vontade e de nossa perseverança. É preciso tomar cuidado, porque há sempre um primeiro momento, um primeiro convite, principalmente no que diz respeito à entrada pela porta larga da perdição. Na Revista Espírita de 1862, Voltaire faz uma mea culpa sobre os desvios que permitiu a si mesmo quando esteve encanado no século XVIII, em França. Conta-nos que tinha recebido toda as inspiração necessária para ser um dos divulgadores de idéia de Deus e do Evangelho de Jesus e perdeu-se por sua vaidade, ou seja, por querer ver o seu nome estampado nos anais de ciência e da filosofia terrena.

6.3. DECISÃO DAS TREVAS

Este é o título do capítulo 38 de Contos desta e de outra vida, pelo Espírito Irmão X. Relata-se o diálogo entre o ORGANIZADOR DE OBSESSÕES e os seus sequazes, cujo objetivo era impedir o avanço do Espiritismo, no que tange aos novos horizontes que este abria na mente humana. Eles agem como Cristo na Antiguidade: não há meio de isolá-los na prece inativa; em vez de se ajoelharem, caminham. É indispensável encontrar um meio de esmagá-los, destruí-los...

O obsessor exaltado, o obsessor violento, o malfeitor recruta, o obsessor confusionista, o malfeitor antigo e o obsessor fabricange de dúvidas dão suas sugestões, mas são rechaçadas pelo Líder. Por último, surge o VAMPIRIZADOR EXPERIENTE, que sugere: “Será fácil treinar alguns milhares de companheiros para a hipnose coletiva em larga escala e faremos que os espíritas se acreditem santos de carne e osso... Creio que, desse modo, enquanto estiverem preocupados em preservar a postura e a máscara dos santos, não disporão de tempo algum para os interesses do espírito”.

ORGANIZADOR DE OBSESSÕES – Excelente, excelente! Ponhamos mãos à obra. (Xavier, 1978)

7. CONCLUSÃO

Os anjos e os demônios, como vimos, significam respectivamente os bons e os maus Espíritos. Eles estão sempre ao nosso derredor. Saibamos elevar os nossos pensamentos através da prece e da prática da caridade para que os bons venham ao nosso encontro e os maus sejam rechaçados.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [s. d. p.]

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

SAMPAIO, Fernando G. A História do Demônio: da Antiguidade aos nossos Dias. Porto Alegre: Garatuja, 1976.

XAVIER, F. C. Contos Desta e Doutra Vida, pelo Espírito Irmão X. Rio de Janeiro: FEB, 1978.

São Paulo, maio de 2005

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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Aleister Crowley

- ALEISTER CROWLEY -
UM ESBOÇO BIOGRÁFICO

Na última hora do dia 12 de outubro de 1875, em Leamington Spa, Warwickshire, Inglaterra, nascia Edward Alexander Crowley.(1)

Sua infância esteve marcada por rígidos padrões de comportamento impostos por seus pais, Edward Crowley e Emily Bishop, ativos membros de uma extremada seita Cristã chamada Irmandade de Plymonth (fundada por John N. Darby). Seu pai, um rico cervejeiro aposentado, e fanático Irmão de Plymonth, fez com que Crowley, ainda criança, freqüentasse a sua seita, forçando-o a diversas leituras da Bíblia Cristã e acostumando-o à vida religiosa da Irmandade. Este fato, muito embora viesse ser de grande valia bem mais tarde, quando da compreensão dos Mistérios com os quais esteve em contato, naquele momento apenas fez nascer na criança que se formava, uma intensa repulsa quanto a dogmas, em espécie aqueles de natureza "cristã".

Em 1886, com o falecimento de seu pai, Crowley fica sob os cuidados de seu tio e tutor Tom Bishop. Tamanha era a crueldade de seu tio, que Crowley se refere a este período de sua vida como "A Infância no Inferno".

Em sua adolescência, a busca por aventuras o conduziu ao alpinismo. Praticou com afinco esse esporte, chegando a destacar-se no mesmo. Sua carreira de alpinista chegou ao ápice nos anos de 1902 e 1905, quando participou das primeiras tentativas de escalar o Chogo Ri (K2) e o Kanchenchunga, duas das maiores montanhas do mundo, situadas no Himalaia.

Estudou, destacando-se em todas as disciplinas, em Trinity College, Cambridge, onde ficou no período de 1895 a 1898. Nesta época, Crowley, leitor voraz, estudou intensamente, tomando contato com o que de importante havia na literatura inglesa, francesa, além de diversas outras obras em Latim e Grego clássicos, inclusive filosofia e alquimia; se dedicou a canoagem, ciclismo, montanhismo e xadrez, atividade esta em que ganhou notoriedade e que exerceu por toda sua vida. Praticando o montanhismo, Crowley viria a conhecer um homem o qual passou a admirar profundamente: Oscar Eckenstein. Eckenstein, que, segundo Crowley, era um singular exemplo de dignidade e nobreza, ensinou-lhe, naquele momento, o alpinismo. Alguns anos depois, Eckenstein demonstraria que seu conhecimento não se limitava apenas à conquista de elevadas montanhas.

Em Cambridge, seu espírito, como era bem próprio à natureza da Besta, ansiando por um volume maior de conhecimento e aventuras, encontrava-se perturbado com a insubstancial perspectiva futura. Em 1898, antes de sua graduação, Crowley abandona os estudos para se dedicar a algo não comum e de maior profundidade do que o oferecido por uma promissora carreira acadêmica.

Mas o que exatamente seria este algo mais profundo?

Por volta de 1896, Crowley havia iniciado a leitura de alguns livros sobre magia e misticismo (2). Algo começava a tomar forma dentro de seu inquieto ser; porém a leitura de Nuvem sobre o Santuário (3), obra lhe recomendada por A. E. Waite (1867-1940), é que faz com que Crowley decida dedicar sua vida ao estudo do Ocultismo e da Magia, empenhando-se com afinco no sentido de encontrar a Grande Fraternidade Branca (4) mencionada no inspirador livro de Eckhartshausen. E aqui começa a carreira mágica de Aleister Crowley (5).

Em 1898, através de dois amigos, Julian Baker e George Cecil Jones (respectivamente Frati D.A. e Volo Noscere, ambos membros da G.'.D.'.), Crowley é apresentado a Samuel Liddell "MacGregor" Mathers (1854-1918), Frater D.D.C.F. (Deo Duce Comite Ferro), um dos líderes da Ordem Hermética da Aurora Dourada (The Hermetic Order of the Golden Dawn, mais conhecida pela sigla G.'.D.'.), uma das mais influentes Ordens do século XIX, que proporcionou a Crowley sua primeva Iniciação e o contato com os primeiros mistérios mágicos que tanto procurava.

Em trajes Ritualísticos.A G.'.D.'. fora fundada pelo próprio Mathers, junto com William Winn Westcott (1848-1925), conhecido pelo mote Frater N.O.M. (Non Omnis Moriar) e William Robert Woodman (1828-1891), cujo mote era Frater V.O.V. (Vincit Omnia Veritas), em 1887. Segundo seus fundadores, a existência da G.'.D.'. era devida à orientação e à ordem de uma alta iniciada alemã chamada Anna Sprengel, Soror S.D.A. (Sapiens Donabitur Astris), que autorizara a abertura de uma Loja na Inglaterra que representasse a suposta Ordem ancestral a qual pertencia (6). Diga-se de passagem que, a G.'.D.'., mesmo levando em conta o possível conciliábulo de sua criação, constitui uma das mais importantes Ordens jamais inventadas pelo espírito humano, conseguindo reunir em seu corpo de iniciados a nata da intelectualidade inglesa e européia da época. A informação que circula nos meios ocultistas atuais diz que nomes como o prêmio Nobel de Literatura em 1923, Willian Butler Yeats, além de Gustav Meyrink, Florence Farr, A. E. Waite, Sax Homer, Bram Stocker (7), F. L. Gardner, Arthur Machen, o próprio Crowley e tantos outros, pertenceram a esta notável organização.

Crowley, iniciado por Mathers em 18 de novembro de 1898, ao Grau de Neophytus (0=0), tomava, como Mote Mágico, o significativo nome de Perdurabo (eu perdurarei até o fim), iniciando, assim, seus estudos na G.'.D.'., tendo como primeiro Instrutor Frater Volo Noscere (G. Cecil Jones). Em dezembro do mesmo ano, Crowley atinge o Grau de Zelator (1=10).

Sua capacidade de assimilação de conhecimentos e sua dedicação ao estudo e a prática do Ocultismo o conduziram, também sob a instrução de Frater Iehi Aour (Allan Bennett), a ascender rapidamente aos Graus subsequentes da G.'.D.'.; assim, respectivamente em janeiro, fevereiro e maio do ano seguinte, em 1899, Crowley conquistou os Graus de Theoricus (2=9), Practicus (3=8) e Philosophus (4=7). Bennett, considerado por Crowley um autêntico Guru, o ensinou várias técnicas mágicas oferecidas pela G.'.D.'., técnicas como Cabala e Magia Cerimonial, consagração de Talismãs, evocação de Espíritos, etc.

Este período de sua vida foi fortemente marcado por duas atividades principais. Quando Frater Perdurabo não estava estudando ou praticando, Crowley, sob o pseudônimo de Conde Vladmir Svareff ou Aleister MacGregor, custeava as edições de seus escritos (normalmente algum tipo de pornografia ou poesia), além de cultivar uma intensa vida sexual, a qual escandalizou alguns membros da G.'.D.'.. Sua grande atividade e principal preocupação, no entanto, continuava a ser a o estudo e prática da Magia.

Entretanto, e isto deveu-se menos aos escândalos promovidos por Frater Perdurabo do que ao ciúme e inveja de certos Adeptos londrinos, e mesmo Crowley tendo demonstrado capacidade e talento em magia, sua iniciação à Segunda Ordem fora negada (8), em fins de 1899, pelos chefes da seção inglesa da G.'.D.'.. Nesta época, Mathers, agora único líder da Ordem, residia em Paris.

Mesmo contrariando a opinião dos líderes londrinos, em 16 janeiro de 1900, em Paris, Mathers, fazendo valer sua autoridade dentro da Ordem, inicia Crowley ao Grau de Adeptus Minor (5o=6), sob o Mote Parzival. Alguns estudantes identificam aqui o fato que marca o inicio da ruína da G.'.D.'..

Pouco antes de sua iniciação, seu grande amigo e Instrutor, Allan Bennett, decide partir para Ceilão, e tornar-se monge Budista.

A insatisfação dos membros da G.'.D.'. com Mathers já era mais que um fato nessa época. Provavelmente o caso Crowley tenha servido como impulso e álibi necessários para o grupo londrino, liderado por Yeats, entre outros menos conhecidos, declarar-se independente de seu mentor e líder, MacGregor Mathers.

O que se seguiu após a rebeldia londrina resultou em histórias fantásticas de ataques mágicos envolvendo Crowley e uns demônios versus Yeats e, é claro, mais uma horda de demônios. Depois o próprio Mathers teria entrado na briga, junto, evidentemente, com uma outra legião de encapetados amiguinhos. Mas essa estória não escapa nem a mais tola crítica. O fato é que Crowley e Mathers ficaram praticamente sozinhos e a outrora grande G.'.D.'., agora conduzida pelos auto-proclamados novos chefes, ia progressivamente implodindo, ou se esfacelando, resultando num sem número de Ordens Cristianizadas, sem o élan da G.'.D.'. original. (9)

Crowley, que abandonara um importante trabalho mágico para ajudar Mathers, vê-se só (10). Parte para Nova York e depois vai para o México.

A estadia no México constituiu um período bem produtivo a Crowley. Além de Tannhauser, escrito em ininterruptas 67 horas, conseqüência de uma bem sucedida Opera Sexualis, esse período na América Central representou uma decisiva conquista no magista que se formava.

Foi apresentado a Don Jesus Medina, um dos altos chefes da Maçonaria local, Rito Escocês. Crowley afirma que Medina, o convidou para iniciar-se em sua Loja. Ainda segundo Crowley, ele rapidamente galgaria os graus Maçônicos, alcançando, por graça, o mais alto Grau do Rito. Crowley, no entanto, jamais foi considerado um Maçom regular.

Mas a chegada de seu amigo e mentor, Oscar Eckenstein, é que daria novos rumos a seu aprendizado. Eckenstein, revelando-se, para a surpresa de seu pupilo, um grande instrutor, demonstrou que Crowley não tinha controle sobre seus próprios pensamentos, qualificando sua atitude para com a magia como apenas mera fascinação romântica. A partir daí, Crowley decide dar um tom científico a seus experimentos, estudando com Eckenstein, uma série de métodos de controle mental.

Após algum tempo de alpinismo e treino mental, Crowley decide ir para o Oriente, com o propósito de encontrar Bennett, seu antigo instrutor, no Ceilão. Antes, entretanto, combina, com Eckenstein, a escalada do K2, no Himalaia, aventura a se realizar na primavera de 1902.

Bennett, agora Bhikku Ananda Meteya, que aprendera Yoga e Budismo, instrui Crowley nestas disciplinas.

A mansão Boleskine, na Escócia (aspecto atual).No outono de 1902, após a expedição ao K2, Crowley retorna a Paris. Seu novo encontro com Mathers o decepciona a tal ponto que só lhe restou a boêmia vida parisiense. Retorna a sua recém adquirida mansão em Boleskine, nas proximidades do Lago Ness, na Escócia, em 1903 e então, procurando algo suficientemente prosaico para si, intitula-se Lorde Boleskine. Em agosto deste mesmo ano, casa-se com Rose Kelly.

Mas o ano seguinte revelaria a Crowley o mistério que o acompanharia até seu último momento: A Lei de Thelema.

Casado com Rose Kelly, de acordo com Crowley, "uma da mais brilhantes e inteligentes mulheres do mundo", viaja pela Europa e Egito. De acordo com os relatos de Crowley, enquanto estavam no Cairo, após uma série de Rituais e Invocações, um ser, identificando-se como Aiwass, transmite a Crowley, nos dias 8, 9 e 10 de abril, o Liber Al vel Legis ou, como passaria a ser conhecido, O Livro da Lei. Àqueles que conhecem todo esse processo, é significativo saber que esse Livro foi o primeiro escrito de Crowley, de cunho místico & mágico. (11)

Entre tantos significados atribuídos pelos seguidores da doutrina de Crowley, Liber Al vel Legis proclamaria o fim de uma Era (ou Eon) marcada pelo sofrimento, pela intermediação entre Deus e o homem, pelo deus sacrificado, etc. Em seu lugar, nasceria a época do deus de alegria, onde o homem teria a liberdade de realização de sua própria vontade. A epígrafe "Faze o que queres há de ser o todo da Lei", contida em Liber Al e maciçamente utilizada nos escritos de natureza thelêmica, sintetiza a própria regra de conduta a ser tomada como tônica do Eon nascido.

Essa experiência, levou Crowley a assumir o Grau de Adeptus Major, 6o=5 da G.'.D.'., sob o novo Mote de O.S.V. (12)

De volta a Boleskine, Crowley imediatamente trata de expor sua consecução mágica a Mathers, revelando ter, finalmente, feito contato com os Mui Misteriosos Mestres Secretos que tanto havia procurado. Como costume, Mathers não aceita a revelação. Consequentemente, o mundo do esoterismo novamente, é palco para ataques mágicos de Mathers a Crowley e vice-versa (13). Mas o incontestável fato é que isso representaria o fim da convivência entre os dois magos.

Em 1905, mais uma expedição ao Himalaia: desta vez o alvo era o Kanchenchunga.

Cansado de suas birras com a G.'.D.'., em 1907, Crowley funda a A.'.A.'.; a Argenteum Astrum, Ordem da Estrela de Prata, que - segundo Frater O.S.V. - substituiria a G.'.D.'., herdando sua estrutura de graduação. Entre tantos significados possíveis, particularmente um inspirou Crowley na escolha desse nome para a Ordem. Segundo ele, o dourado amanhecer (Golden Dawn) é o que precede a Estrela Dalva (Vênus, ou Lúcifer), a prateada estrela da manhã que "anuncia" o Sol (14). Crowley, em 1909, dá início ao primeiro período aberto a Probacionistas a sua A.'.A.'. e, com a publicação da série The Equinox, "destrói" magicamente a G.'.D.'. (15).

Crowley como Magista.No período de 1907-1911, Crowley, consagrando seu tempo ao estudo, a prática e a escrita, publicaria cerca de uma dúzia de livros de cunho poético-mágico (excluindo a série The Equinox). Neste período também, após a morte de sua filha em 1906, Crowley separa-se de sua esposa, Rose Kelly, em 1909. Nesse mesmo ano, Crowley assume o Grau Adeptus Exemptus 7=4, agora na sua A.'.A.'., com o Mote OU MH. Em 3 de dezembro de 1909, durante uma a Visão do 14o Aethyr, toma o Grau de Magister Templi, sob o Mote V.V.V.V.V., 8=3 da Ordem da Estrela de Prata (16). Em 1911 Crowley escreve Liber CCCXXXIII, O Falsamente chamado Livro das Mentiras, que publicaria mais tarde, em 1913.

Em 1912 porém, outro acontecimento daria novo rumo a sua vida.

Crowley, com o seu Livro das Mentiras, curiosamente, mesmo antes de sua publicação em 1913, chamaria a atenção de, nada mais nada menos, Theodor Reuss, membro do serviço secreto germânico, ocultista, cantor e falso maçom, Frater Merlin Peregrinus X, então O.H.O. de uma Ordem chamada Ordo Templi Orientis, a O.T.O. (17).

Reuss, tendo lido Liber CCCXXXIII, para seu espanto, lá identificara o segredo central da O.T.O. (18).

A O.T.O. era uma organização de cunho maçônico, místico e mágico, fundada por Karl Kellner, em 1902. Kellner, segundo a lenda, teria viajado pelo oriente onde havia sido iniciado por um faquir árabe, chamado Solimam ben Aifha, e pelos yoguis hindus Bhima Shen Pratap e Sri Mahatma Aganya Guru Paramahansa, recebendo os mistérios da Filosofia e do Yoga da Mão Esquerda, a Magia Sexual (19).

A O.T.O., assim como muitas outras das assim chamadas Ordens Templárias, reivindica exclusivamente para si a detenção do conhecimento outrora pertencido aos legendários Cavaleiros do Templo. A O.T.O., de acordo com a sua muito questionável história oficial, assim como ocorreu com a G.'.D.'., diz ter reunido entre seus Adeptos vários eminentes maçons e ocultistas da época, alguns dos quais, a partir dos fundamentes adquiridos nessa Ordem, ou fundaram ou em muito colaboraram em outros movimentos da época. A título de exemplo temos: Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia; Franz Hartmann, um dos mais importantes colaboradores do movimento Teosófico; Krumm-Heller, responsável pela expansão da Fraternitas Rosacruciana Antiqua (F.R.A.); Gerald Gardner, considerado como o "pai" da Wicca; Karl Germer, sucessor de Crowley como líder da O.T.O.; Kenneth Grant, que muitos consideram o verdadeiro herdeiro mágico de Crowley, lideraria uma variação da Ordem na Inglaterra; H. Spencer Lewis, fundador de um bem conhecido movimento neo-rosacruciano denominado AMORC (20); além do próprio Crowley.

Conforme dito por Crowley, seu aparentemete bizarro primeiro encontro com Reuss, definitivamente, marcaria o destino da Ordem alemã. Crowley, após ter sido acusado de divulgar abertamente este segredo, expõe a Reuss que este teria sido aprendido por ele quando de sua viagem ao Oriente e que já o praticava há muito (21); sendo-lhe impossível saber ser este o mesmo Santo Segredo cultivado pela O.T.O.

Nesta época, Reuss, desejoso de ver sua O.T.O. expandida pela Europa, costumava conferir a alguns nomes de expressão no cenário ocultista, patentes de Reis Nacionais de sua Ordem. Assim, o desenvolvimento da conversa entre ambos, levou Reuss a nomear Crowley líder da O.T.O. para os países da língua Inglesa. Essa tarefa foi exercida por Crowley através do Mote Baphomet.

Crowley então, passaria a escrever (e também reescrever) os Rituais da O.T.O. sob a luz de seu Liber Legis.

Um pouco depois, em 1914, acompanhado de Mary d'Esté Sturges (Soror Virakam), escreve seu famoso Magia em Teoria e Prática (conhecido por "Magick"), mais tarde, quando acrescentado de outras três partes, seria publicado como o Book Four, também chamado de Liber ABA.(22)

Em 12 de Outubro de 1915, em seu quadragésimo aniversário, Aleister Crowley toma o Mote de TO MEGA THERION, 666, para o 9=2, o Grau de Magus da A.'.A.'.

E, como 666, Crowley concebe uma das mais belas páginas da literatura esotérica, Liber Aleph, The Book of Wisdow or Folly, uma Epístola de 666 a seu Filho 777 (Frater Achad, Charles S. Jones). Em 1919, publica o primeiro número do terceiro volume do The Equinox.

Um dos mais curiosos feitos da Besta, teve lugar com a fundação, em 2 de abril de 1920, da Abadia de Thelema, em Cefalu, Sicília, Itália. Depois, Crowley, em secreto juramento, assume, em maio de 1921, o Grau de 10o=1 A.'.A.'., Ipississimus. A Abadia funcionou até 1923, quando Crowley foi expulso da Itália por Mussolini.

Em 1925 Theodor Reuss falece. Crowley é convocado para uma reunião internacional da O.T.O., onde os rumos da Ordem de Reuss seriam traçados. Crowley é "convidado" a ser o Chefe Internacional da Ordo Templi Orientis. Aceita e toma o Santo Mote de Deus est Homo. (23)

Durante os anos seguintes, Crowley viveu alternadamente na França, Alemanha e Norte da África. Nesta época ele viria a conhecer duas pessoas que, além de serem discípulos e amigos, seriam depois importantes personagens dentro da história de Thelema: Karl Germer e Israel Regardie (24). Expulso da França em 1929 sob acusação de ser agente alemão, Crowley retorna à Inglaterra.

A publicação de suas Confissões, em 1930, proporcionou a Crowley um interessante encontro com um dos maiores gênios da literatura portuguesa. Estamos falando de Fernando Pessoa (1888-1935). Pessoa, que além de célebre poeta era um competente astrólogo, fascinado pelas ciências esotéricas, envia, neste mesmo ano, uma carta a Crowley, indicando erros em seu mapa natal. Crowley, entusiasmado com o conhecimento do poeta lusitano, contesta sua carta, dando-lhe razão, e expressa seu desejo de conhecê-lo.

Pessoa, mesmo incomodado e receando tal encontro, recebe-o no porto de Lisboa. A lenda diz-nos que estranhos acontecimento tiveram vez naquela tarde, como um inexplicado nevoeiro que, descendo na cidade de Lisboa, atrasou o barco que conduzia a Besta ao encontro do criador de Álvaro de Campos. E tanto foi a admiração e fascínio de Pessoa para com o pior homem do mundo, que, no famoso caso da Boca do Inferno, onde Crowley simulou um trágico suicídio, Pessoa testemunhara, confirmando o que supostamente teria ocorrido a seu novo amigo.

Pessoa, que vira naquele estranho inglês um irmão nos Mistérios, a partir do encontro e da amizade com Crowley, em muito mudou o tom de sua poesia. Adentrou-se no estudo do simbolismo, publicando obras de notável valor, até sua prematura morte, em 1935. (25)

Crowley segue e, entre casos amorosos e escândalos sexuais, drogas, e causas judiciais, publica nos anos 30 uma série de ensaios e instruções que comporiam os números subseqüentes de The Equinox Vol. III, o qual fora iniciado em 1919. O já citado The Equinox of the Gods, relatando suas experiência no Cairo e a escritura de Liber Legis, é publicado privadamente em 1936.

Trabalhando com Lady Frieda Harris, Crowley, ao longo de cerca de cinco anos, concebe um Tarot de modo que a imagem do Eon fique registrada. O resultado final é o maravilhoso The Book of Thoth, onde a principal mensagem de sua obra está apresentada de forma sintética. Durante esse trabalho com Lady Harris, em 1942, na forma de um manifesto da O.T.O., Crowley publica Liber OZ, a Carta dos Deveres e Direitos dos homens e das mulheres. Alguns seguidores de Crowley são enfáticos quando afirmam que algo muito parecido seria elaborado alguns anos depois pela ONU.

Seus últimos anos, a partir de 1945, são vividos em Hastings, onde uma série de novos discípulos continuam recebendo instruções. E assim Kenneth Grant, John Symonds, Grady McMurty, conhecem a Besta. Desta época, vem sua última obra, consistindo numa coletânea de cartas dirigidas a uma jovem discípula, que foram publicadas bem mais tarde, após a sua morte, como Magick Without Tears.

No primeiro dia de dezembro de 1947, aos 72 anos, Aleister Crowley, serenamente segundo alguns, exultante segundo outros, e ainda perplexo, segundo terceiros, falece, vítima de bronquite crônica e complicações cardíacas.

Quatro dias depois, no crematório de Brighton, assistido por um reduzido número de admiradores e discípulos, é realizada a cerimônia que ficou conhecida como "O Último Ritual", com a leitura de trechos da Missa Gnóstica, e de seu maravilhoso Hino a Pã.

Realizara-se, assim, a última vontade da Besta.

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NOTAS:

1) Hora corrigida por Fernando Pessoa: 11:16 pm.

2) Principalmente The Book of Black Magic and of Pacts de Arthur Edward Waite (1867-1940), norte-americano, maçom, erudito e autor de diversas obras sobre Cabala, Maçonaria, Rosacrucianismo, etc.

3) Der Wolke vor dem Heiligthume (1802), de autoria de Karl von Eckhartshausen (1752-1803), bibliotecário, místico e autor alemão (Baviera).

4) Devemos lembrar que isto ocorreu ao final do século passado, quando o termo "Grande Fraternidade Branca" de fato significava algo mais interessante do que se vê hoje.

5) Aleister é apenas a forma gaélica de Alexander, e não, como muitos pensam, uma oculta referência a algum tipo de terrível demônio.

6) Para maiores informações sobre a trama e a história da G.'.D.'., ver The Magicians of the Golden Dawn de Ellic Howe.

7) Sax Homer, autor de Dr. Fumanchu, e Bram Stocker, autor de Drácula, segundo consta no best-seller de Louis Pauwels e Jacques Bergier, Le Matin des Magiciens, pertenceram a G.'.D.'. (essa informação, entretanto, é refutada por Howe). Em relação a Gustav Meyrink, sua participação na G.'.D.'. também é negada por alguns pesquisadores.

8) A G.'.D.'. era dividida em três sub-ordens: a primeira consistia dos cinco primeiros Graus (de Neophytus a Philosophus), a segunda de Adpetus Minor à Exemptus, a terceira e última comportava os Graus de Magister Templi e Magus. Uma excelente explanação sobre a G.'.D.'.( é dada por Israel Regardie, em seu memorável The Complete Golden Dawn System of Magic.

9) Exemplos: Stella Matutina de Waite, Inner Light de Dion Fortune, Servants Of Light de W. E. Butler e Gareth Knight, além das diversas "Golden Dawns" espalhadas pelo mundo afora.

10) A Operação de Abramelin.

11) Para uma descrição detalhada do ocorrido com Crowley e Rose, bem como a respeito de Aiwass, ver The Equinox of the Gods, do próprio Crowley.

12) O.S.V. são as iniciais de "Ol Sonuf Vaoresagi", parte da Primeira Invocação Enoquiana, e que significa "Eu Reino sobre Ti".

13) Crowley, segundo se afirma, enviou o Sr. Beelzebub e seus 49 "comparsas" para rechaçar um ataque mágico desferido por Mathers.

14) Isto é apenas um sentido poético. Existindo outros, inclusive de natureza tântrica, associado com o trabalho interno da Ordem.

15) Isso apenas se constituiu em mais um glamour. A G.'.D.'., nessa época, já se encontrava em processo de fragmentação e em nada poderia ser mais prejudicada com a publicação de suas Instrução na série The Equinox. Diga-se ainda que, o fato de uma Organização qualquer, ver publicado seus próprios Rituais não significa, em hipótese alguma, que seus trabalhos tenham deixados de ser válidos. Pensar assim seria o mesmo que supor estarem há muito inválidadas as várias posições sexuais contidas no Kama-Sutra, visto ter ele sido publicado. Resumindo, a experiência, prática e pessoal, sempre valerá.

16) Como resultado da operação temos o Liber CDXVIII, The Vision and The Voice.

17) O.H.O, do inglês Outer Head of Order, ou Chefe Externo da Ordem. Reuss, assim como Crowley, fez bastante esforço para ser aceito como um maçom regular. No entanto, apesar de ambos terem adquirido fama da maçons, não são reconhecidos como tal por nenhuma Loja Regular da maçonaria mundial.

18) Não se sabe ao certo como Reuss teria adquirido o Liber CCCXXXIII (O Assim Falsamente Chamado Livro das Mentiras), antes de sua publicação. Supõe-se que isto poderia ter sido um ardil, preparado por Crowley, para impressionar Reuss. Resumidamente, o Segredo Central da O.T.O. está exposto no capítulo XXXVI do Livro das Mentiras, onde Crowley descreve uma opera magica na qual o Mago armado com sua Baqueta Mágica (O Pênis) faz uso de um Cálice (Vagina), consumindo o produto desta operação.

19) A jornada pelo oriente e o contato com os altos iniciados compõe versão oficial da criação da Ordo Templi Orientis. Está versão, contudo, não passa de mera ficção cuja base está na lenda apresentada pela jornada de Cristian Rosenkreutz, lenda está que dá origem a Escola Rosacruz. Não existem registros de que Kellner, aliás, assim como Reuss, agente do serviço secreto germânico, tenha realmente estado engajado numa viagem de tal tipo; sendo possível que estes "segredos" tenham sido meramente obtidos quando de sua passagem, em Paris, através da Brotherhood of Light, a qual pertencera - este sim, notável - Pascal B. Randolph.

20) Para melhor explanação sobre H. Spencer Lewis e a criação da AMORC, sugiro a leitura do ótimo Os Mistérios da Rosa Cruz, de Christopher Mcintosh (Edições Ibrasa).

21) Que, diferindo da viagem de Kellner, de fato ocorrera.

22) Mais conhecido pelo título genérico de Magick.

23) Como Líder da O.T.O., Crowley ficou mundialmente conhecido como Frater Baphomet. No entanto, de acordo com o curioso The Magical Revival, de Kenneth Grant, seu Mote Mágico era mesmo Deus est Homo.

24) O primeiro, como já dito, sucedeu Crowley como O.H.O. da O.T.O., e o segundo tornou-se seu secretário particular.

25) Fernando Pessoa, ao contrário do que é afirmado por alguns thelemitas, jamais pertenceu qualquer organização de cunho iniciático.

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Anjo

Segundo a tradição judaico-cristã, o Anjo é uma criatura celestial - que, na generalidade, a maioria dos crentes das religiões fundadas na revelação bíblica acredita ser superior aos homens - que serve como ajudante ou mensageiro de Deus. Na iconografia comum, os anjos geralmente têm asas brancas de pássaro e uma auréola. São donos de uma beleza delicada e de um forte brilho, por serem constituídos de energia, e por vezes são representados como uma criança, por terem inocência e virtude. Possuem influência sobre todo o plano orgânico e elemental, sendo assim eles têm como uma de suas missões, ajudar a humanidade em seu processo de evolução.

A palavra anjo deriva do latim, angelu, e do grego, ángelos (ἄγγελος), com o significado de mensageiro.

Segundo a Tradição Católica, são citados apenas três Arcanjos dos quais se saberia o nome: São Miguel (Quem como Deus), São Rafael (Deus Cura), e São Gabriel. Os demais seriam invenção do povo, bem ou mau intecionado.

Afirma ainda que os Anjos não possuem maneiras de conhecer o futuro, possuindo sim uma inteligência muito mais desenvolvida que a nossa, podendo "prever" eventos que fisicamente poderão acontecer, visto que conhecem com precisão todas as regras fisicas, como gravidade, densidade, velocidade etc.

http://www.magiadourada.com.br/anjo.gif

Dentro do Cristianismo Esotérico e da Cabala, são chamados de "anjos" os espíritos num grau de evolução imediatamente superior ao do homem e imediatamente inferior ao dos
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demônio

Um demónioPE ou demônioPB, ou ainda, daimon ou daemon é originalmente é um tipo de ser que em muito se assemelha aos gênios da mitologia árabe, mas ao longo dos anos a sua descrição mundo, segundo a maior parte das religiões, que divide de o mundo forma maniqueísta, judaico-cristão, um ser intermediário entre o homem e Deus, tipicamente descrita como um espírito do Mal, embora originalmente, para os gregos, pudesse também ser um ser benigno.

São espíritos do folclore, da mitologia e da religião do mundo inteiro - existem em todas as formas e tamanhos e quase sempre querem fazer alguma coisa ruim. Na maioria das culturas é possível encontrar histórias apavorantes de demônios e suas maldades. Embora hoje sejam reconhecidos como frutos da imaginação, os demônios foram considerados reais em outros tempos e inclusive eram responsabilizados por boa parte dos males acontecidos.

"The Triumph of the Genius of Destruction" de Mihály Zichy


Na Grécia Antiga

Platão ao escrever sobre Sócrates diz que este comunicava-se com um espírito invisível chamado daimon (também escrito daymon). Neste cotexto outra definição para "demônio" seria "repleto de conhecimento", por se atribuir a sua descendência sobrenatural a capacidade de reter vastos conhecimentos por toda uma existência. Nas culturas orientais, demônios seriam todas as criaturas tidas como místicas ou espirituais. Mas não necessariamente de natureza maligna, como nos casos das fadas, anjos, gnomos.

Todos os citados e outros mais seriam classificados como demônios no seu termo genérico por serem ou sobrenaturais ou por possuírem vasto conhecimento ou poder mágico. O único equivalente oriental para um demônio maligno como o visto pelo Ocidente seria o Oni, um tipo de ser espectral cuja natureza seria atormentar outros seres - para um estudo bem acurado do termo, veja SPINELLI. Miguel. "Sócrates e o seu daimónion". In: Questões Fundamentais da Filosofia Grega. São Paulo: Loyola, 2006, pp.108-128.

Vickboria - Rainha do Inferno


Na antiguidade

Os mais antigos relatos sobre demônios podem ser encontrados nas antigas culturas da Mesopotâmia, Pérsia, Egito e Israel, onde uma diversidade de espíritos malignos levava a culpa pelas doenças, pela destruição das plantações, pelas inundações, incêndios, pragas, ódios e guerras. Diziam que demônios com nomes como "O Emboscador" e "o Pegador" estavam sempre prontos a atacar, em todo e qualquer lugar: em desertos e florestas, em porões e telhados e dentro de casas que não estivessem devidamente protegidas com amuletos e feitiços


No Espiritismo

O Espiritismo afirma que demônios não existem. Deus, ao criá-los, estaria derrogando suas leis e contradizendo-se, uma vez que lhe são atribuídos os fatores divinizadores sendo um deles a BONDADE. Deus não criaria seres para perturbar a vida dos homens.

Existem espíritos que incorporam esse personagem fictício e passam a agir em seu nome, representando esse papel mitológico. O Espiritismo entende que todo MAL é temporário e a evolução é caminho único do Espírito que pode apenas estacionar no seu estado de imperfeição, mas não retroceder.

Outras religiões atribuem aos espíritos levianos o rótulo de "demônio" por não conhecerem profundamente a relação espiritual na que estamos imersos.

Esses "demônios" são espíritos em estado temporário de ignorância que precisam de amor fraterno para se libertarem dos sentimentos inferiores que os prendem à esta condição. Nem todos passamos por estas situações, o que é raro.

O ponto de vista cético

Sob o ponto de vista científico o bem e o mal, o frio e o calor, a noite e o dia, o escuro e o claro, a sombra e o sol, não existem são apenas condições transitórias que dependem dos sentidos e das sensações dos seres vivos e do lugar onde se encontram, esses são condicionamentos que há séculos tem comandado o comportamento animal. Tais interferências nos humanos foram usadas como referenciais, para explicar os fenômenos físicos, e tudo o que existe em ciência hoje se deve a associação dos fenômenos físicos com a imaginação humana, quando aplicados em outras deduções os extremos ditam as leis do meio que os governam e regulamentam uma tecnologia inteligente voltada para o bem estar humano. Paralelamente porem, esses opostos que no passado distante alimentaram os avanços das imaginações mais especulativas "que questionavam sobre o futuro ou seja sobre o paradeiro da alma humana depois da morte" se apresentaram insatisfatórios e permaneceram nos domínios da fé até os dias de hoje, sem contudo deixar de ser uma sub categoria da ciência presente numa hipótese válida e inclusive integrante na arque-cosmologia chinesa do Yin Yang que já procurava entender o universo e que simultaneamente deu sentido a fé e as bases das ciências orientais ou ocidentais. Considerar que o ponto de vista dos humanos constantemente tem sofrido adaptações ao meio, e o que é bom hoje, no futuro poderá se transformar num mal. Nesse caso ou pelo menos originalmente, o demônio é o deus do mal e ao mesmo tempo é parte inseparável do deus do bem pois um não pode existir sem o outro e juntos, respondem pela mesma fé que formaram as religiões, as quais hoje movem ou condicionam os atos da humanidade em defesa de ambos.

Na Bíblia

Santo Antônio cercado por demônios, The Temptation of St. Anthony , de Martin Schöngauer
Santo Antônio cercado por demônios, The Temptation of St. Anthony , de Martin Schöngauer

Na maioria das religiões cristãs os demônios são anjos caídos que foram expulsos do terceiro céu (presença de Deus), conforme diz em (Apocalipse 12:7-9). Lúcifer era um querubim da guarda ungido ( Ez 28 & Isaias 14:13-14 ) que, ao desejar ser igual ao Criador (Deus), foi lançado fora do céu. Quando porém ele foi lançado fora do céu sobre a terra, a Bíblia nos relata que Lúcifer (que tem por nome diabo,serpente, dragão, príncipe da potestade do ar, etc...) trouxe com sua cauda um terço dos anjos de Deus (Ap 12:4) - lembrando que isto é uma linguagem figurativa, que significa apenas que junto de si levou os demônios. A Bíblia não cita a quantidade de anjos caídos, mas tem um passagem que diz que o número de anjos que adoram ao Senhor são milhares de milhares e milhões de milhares (Ap. 5:11). O inferno foi feito para eles e a função deles é destruir a máxima criação de Deus (Homem). Sua função é fazer com que o ser humano não conheça a Jesus Cristo. Todos aqueles que morrem sem arrependerem de seus pecados, crendo que Jesus Cristo não é o único Salvador, é lançado no inferno juntamente com estes anjos caídos.

Devido a rituais ou simplesmente a submissão de pessoas ao Diabo, os demônios podem entrar no corpo de alguém, tornando-o o que se chama de endemoniado, ou atuando sobre o corpo de alguém - como no caso do vudu. Fora isso eles podem simplesmente usar alguém para dizer alguma mensagem para outro indivíduo/grupo. Segundo o que se sabe hoje em dia, os meios para se tirar um demônio de um corpo possuido são, pela Igreja Católica, o exorcismo, e pelos evangélicos a simples oração (e em alguns casos jejum), como orientado pela Bíblia.

Para os Cristadelfianos os demônios na Bíblia são os deuses dos pagãos que não têm existência real pois existe um só Deus e uma fonte de poder sobrenatural que é Javé. Segundo os Cristadelfianos os antigos gregos acreditavam que os demônios podiam possuir pessoas e que eram os espíritos dos falecidos que tinham subido ao nível de demônios(semi-deuses que traziam bem ou mal à humanidade). Quando alguém não entendia a causa de uma enfermidade por não ter causa aparente ou por ser uma doença do foro psicológico eram atribuídas a demônios. Jesus usou a linguagem comum no seu dia não quer dizer que ele acreditasse na existência de demônios, se ele usasse termos modernos ninguém o entenderia. Os Cristadelfianos também não acreditam que os anjos possam pecar.

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Lilith

Lilith (לילית em hebraico) é conhecida como um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Lilith era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo.

O Relevo de Burney ou The Burney Relief, ca. 1950 A.E.C.


A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma categoria de demônios ou espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta de 3000 A.E.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.E.C.

Talvez dada a sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da bíblia, na Bíblia KJV ou King James Version. Alí está escrito, em Isaías 34:14 que ... the screech owl also shall rest there. É preciso salientar, comparativamente, que na renomada versão em língua portuguesa da bíblia, isto é, na tradução de João Ferreira de Almeida, esta passagem relata que ... os animais noturnos ali pousarão, não havendo menção da coruja[1], como é freqüentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no mundo lusófono atual).

Lilith figura como um demônio da noite nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash). Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa, vindo a tornar-se a mãe dos demônios. De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusou-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal.

Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas. No fictício Livro de Nod, é também conhecida como Deusa da Lua, aquela que ensina Caim habilidades vampíricas, a que é tão antiga quanto o proprio Deus criador do céu e da terra.

A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que viam Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas, Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus dificilmente um homem saía com vida. Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aberto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com a vagina segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.

Assim dizia Lilith: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.’’ Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou que essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre a mulher, dessa forma abandonou o Éden. Três anjos foram enviados em seu encalço, porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar.

Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis. No período medieval ela era ainda muito citada entre as superstições de camponeses, como deixar um amuleto com o nome dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf para que ela não o matasse, assim como acordar o marido que sorrisse durante o sono, pois ele estaria sendo seduzido por Lilith.

Pensa-se que o Relevo Burney (ver alusões à coruja na reprodução do Relêvo de Burney, nesta página), um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer sexual.

Algumas vezes Lilith é associada com a deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.

Nos dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma remarcável transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith (ver a reprodução do quadro Lilith de John Collier, pintada em 1892), e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos, em um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora pragas, depravação, homossexualidade e vampirismo (ver texto gnóstico na seção de links externos). Podendo ser citados também os nomes de Johann Wolfgang von Goethe, John Keats, Robert Browning, Dante Gabriel Rossetti, John Collier, etc...Lilith também é considerda um dos Arquidemônios símbolo da vaidade.

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Anne Rice

Anne Rice (Nova Orleans, Louisiana, 4 de Outubro de 1941) é uma escritora estadunidense, autora de séries de terror e fantasia.

Filha de Howard Allen O'Brien, ela mesma escolheu 'Anne' como primeiro nome, ao entrar na escola. Em 1956 perdeu a mãe, Katherine, e dois anos depois, com o pai casado novamente, a família mudou-se para a cidade de Richardson, no Texas, onde Anne conheceu seu futuro marido, o poeta e pintor Stan Rice

Em seus livros ela invariavelmente apresenta seus vampiros como indivíduos com suas paixões, teorias, sentimentos, defeitos e qualidades como os seres humanos mas com a diferença de lutarem pela sua sobrevivência através do sangue de suas vítimas e sua própria existência, que para alguns deles, é um fardo a ser carregado através das décadas, séculos e até milênios.

Seu livro de maior sucesso é "Entrevista com o vampiro". Anne relata que escreveu esse livro em apenas uma semana, após a morte de sua filha por leucemia, filha esta que está brilhantemente retratada na personagem Cláudia. Entrevista com o Vampiro foi para as telas dos cinemas, sendo que Anne escreveu o roteiro e acompanhou de perto a produção. Na época do lançamento do filme foi amplamento divulgado a decepção da autora quanto a escolha do ator para o personagem Lestat (Tom Cruise), sendo divulgado que ela o considerava apenas um rostinho bonito e sua preferência era o ator Rutger Hauer (inclusive no livro A História do Ladrão de Corpos, através de uma fala de Lestat, ela indica isto). Após a estréia ela voltou atrás.

Já no segundo filme, "A Rainha dos Condenados", Anne não teve qualquer participação em nenhuma etapa de sua produção, o que pode explicar a pouca repercussão que o filme obteve e as extremas "licenças" poéticas que os produtores tomaram a liberdade de fazer descaracterizando pontos importantes da saga dos vampiros.

Em 2005 Rice anunciou que, após o falecimento de seu marido Stan Rice, deixará de escrever obras sobre vampiros, bruxas e outros seres fantásticos, e agora irá se dedicar a outros gêneros literários.

Em Christ The Lord: Out of Egypt, lançado em 2005, Rice despede-se dos seus temas habituais para escrever um retrato curioso de um Jesus aos sete anos de idade, partindo do Egito com a família, para voltar para sua casa em Nazaré. Neste livro, Rice nos brinda com um comovente epílogo no qual ela descreve o recente retorno à sua fé Católica e avalia de forma divertida e ácida a moda dos estudos bíblicos nos dias de hoje.

http://quizfarm.com/images/1144655955Marius2.jpg

Livros Publicados

Série Crônicas Vampirescas

Série Novos Contos de Vampiros

  • Pandora (1997) / Pandora
  • Vittorio the Vampire (1998) / O Vampiro Vittorio

Série Bruxas Mayfair

  • The Witching Hour (1990) / A Hora das Bruxas I e II
  • Lasher (1993) / Lasher
  • Taltos (1994) / Taltos

Série Beauty

(todos como A. N. Roquelaure)

  • The Claiming of Sleeping Beauty (1983)/ O Sequestro da Bela Adormecida
  • Beauty's Punishment (1984)/ O Castigo da Bela adormecida
  • Beauty's Release (1985)/ A Libertação (ou "liberdade") da Bela Adormecida

Romances únicos

  • The Feast of All Saints (1979) / A Festa de Todos os Santos
  • Stairway to Heaven (1982) / Escadaria para o Paraíso
  • Cry to Heaven (1982) / Chore para o Céu
  • Exit to Eden (1985) - como Anne Rampling
  • Belinda (1986) - como Anne Rampling
  • The Mummy (1989) / A Múmia ou Ramsés ,o maldito.
  • Servant of the Bones (1996) / O Servo dos Ossos
  • Violin (1997) / Violino
  • The Master of Rampling Gate (2002) / O Senhor de Rampling Gate
  • Christ The Lord: Out of Egypt (2005) / Cristo Senhor a Saída do Egito



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segunda-feira, 22 de setembro de 2008


Poema de Allan Watts


(para o brother Augusto que fará aniversário por esses dias)


Havia um jovem que disse, “Embora
me pareça que eu sei que eu sei,
o que eu gostaria de conhecer
é o “Eu” que sabe de “mim”
quando eu sei que eu sei que eu sei.”





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sexta-feira, 19 de setembro de 2008


Robert Crumb é o principal desenhista do quadrinho norte americano dos anos 60. Tudo começou com Zap!Comix, com personagens loucos e psicodélicos como Mr. Natural, Shuman the human, Angelfood McSpade e muitos outros gerados do casamento dos loucos anos sessenta e da complexa mente de Crumb. Mais conhecido pela capa para o Lp de Janis Joplin Crumb foi o pai de toda uma geração de loucos/geniais quadrinhistas. O papa do quadrinho underground. Crumb desenhou a capa de um LP de Joplin e seu grupo Big Brother and The Holding Co., mas a Columbia substituiu a caricatura de Janis Joplin, que ele havia feito para a capa, pelo desenho da contra-capa e lhe preparou um cheque de 300 dólares...
"Eu pedi à Janis pra dizer-lhes que podiam enfiar o dinheiro no rabo e tive um prazer enorme nisso: eles não estavam acostumados a que alguém recusasse o dinheiro da Columbia..." (...)
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Janis Joplin por Robert Crumb
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...porque as únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas, as que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, as que não bocejam nem dizem nenhum lugar-comum, mas ardem, ardem, ardem como fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício a explodir, semelhantes a aranhas, através das estrelas, e no meio vê-se o clarão azul a estourar e toda a gente exclama Aaaah!

Jack Kerouac
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Aleen Ginsberg



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haicai para kerouac





o louco errante
deixa sua marca na estrada:
liberdade



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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ian Curtis

Ian Kevin Curtis (15 de julho de 195618 de maio de 1980) foi o vocalista, compositor e guitarrista ocasional da banda Joy Division, a qual ele ajudou a formar em 1977 na cidade de Manchester, Inglaterra.

Infância

Ian Curtis nasceu no Memorial Hospital em Old Trafford, Manchester, em 1956. Ele cresceu na área de Hurdsfield em Macclesfield. Ainda muito jovem, Ian já demonstrava talento para a composição de músicas e poesia. Embora tenha se formado na King's School de Macclesfield aos 11 anos de idade, Ian nunca demonstrou interesse no sucesso acadêmico, focando seus interesses e ambições na área da indústria musical.

Sua paixão pela música o levou a trabalhar numa loja de discos por um curto período de tempo. Ian também trabalhou como funcionário público em Manchester e, mais tarde, em Macclesfield.

Joy Division

Ian Curtis decidiu seu destino após assistir a uma apresentação dos Sex Pistols em 1976, onde ele se convenceu de que queria estar no palco, e não no meio do público. Ian então conheceu os jovens Bernard Sumner e Peter Hook. Bernard e Peter contaram a Ian que estavam tentando formar uma banda e ele se propôs a ser o vocalista e escritor das letras — e os três então firmaram o acordo.

Os três recrutaram (e rejeitaram) uma sucessão de bateristas até a decisão de aceitar Stephen Morris como o quarto membro da banda, que se chamou Warsaw por um curto período de tempo até mudar seu nome para Joy Division, em 1978, por causa de conflitos com o nome de uma outra banda: Warsaw Pact.

Diz-se que a persistência de Ian Curtis ajudou a assegurar à banda um contrato de gravação com a hoje lendária gravadora Factory Records, de Tony Wilson. Ian convenceu Tony Wilson a permitir sua banda tocar "Shadowplay" no Granada Reports — um programa regional de televisão apresentado por Tony. Após estabelecer a Factory Records com Alan Erasmus, Tony Wilson aceitou a banda no seu selo.

Durante as apresentações do Joy Division, Ian Curtis desenvolveu um estilo único de dançar, reminiscente dos ataques epiléticos dos quais sofria, algumas vezes no palco. O efeito era tal que as pessoas que estavam no público não sabia se ele estava dançando ou tendo um ataque. Ele algumas vezes desmaiou e teve de ter atendimento médico ainda no palco, já que sua saúde sofria com a intensa rotina de apresentações do Joy Division.

Muitas das canções que Ian Curtis escreveu são carregadas com imagens de dor emocional, morte, violência, alienação e degeneração urbana. Tais temas recorrentes levaram os fãs e a esposa de Ian, Deborah, a acreditar que Ian escrevia sobre sua própria vida. Ian certa vez comentou a respeito numa entrevista: "Escrevo sobre as diferentes formas que diferentes pessoas lidam com certos problemas, e como essas pessoas podem se adaptar e conviver com eles".

Ian cantava com um estranho timbre baixo-barítono, o que fazia com que sua voz parecesse pertencer a alguém muito mais velho que ele realmente era. Ele também era fascinado pela escaleta Hohner, um instrumento que foi mostrado a ele pela esposa de Tony Wilson, Lindsey Reade, pouco tempo antes da morte de Ian. Ele utilizou o instrumento ao vivo pela primeira vez durante uma passagem de som do Leigh Rock Festival em 1979, após o que ele adquiriu uma coleção de oito desses instrumentos. A fascinação de Ian Curtis pela escaleta levaria Bernard Sumner a utilizar o instrumento tempos depois, no New Order.




O Joy Division, e em particular Ian Curtis, tiveram seu estilo de gravação desenvolvido pelo produtor Martin Hannett. Alguns de seus trabalhos mais inovativos foram criados no Cargo Recording Studios em 1979, um estúdio que fora desenvolvido por John Peel e seus investimentos financeiros. John Peel era um grande fã do Joy Division e de Ian Curtis.

Ian Curtis foi fortemente influenciado pelos escritores William Burroughs, J G Ballard e Joseph Conrad — os títulos das canções "Interzone", "Atrocity Exhibition" e "Colony" vieram dos três autores, respectivamente. Ian também foi influenciado pelos vocalistas Lou Reed, Jim Morrison, Iggy Pop e David Bowie.

Morte

A última apresentação ao vivo de Ian Curtis aconteceu no dia 2 de maio de 1980, na Universidade de Birmingham, e aconteceu no mesmo mês de sua morte. Essa apresentação incluiu a primeira e última performance da música "Ceremony" pelo Joy Division — música que foi depois usada pelo New Order. A última música que Ian Curtis executou frente ao público foi "Digital". A gravação da apresentação pode ser encontrada no álbum de compilações "Still" (veja Still (Joy Division)).

Os efeitos da epilepsia e dos problemas pessoais de Ian Curtis, como um divórcio conturbado de sua esposa e um caso extra-conjugal com a jornalista belga Annik Honoré, podem ter contribuído para o suicídio de Ian, que se enforcou aos 23 anos de idade. De acordo com o livro Touching From A Distance, Ian ingeriu uma overdose de medicamentos para epilepsia e foi parar num hospital poucos meses antes de sua morte. Acredita-se que tal overdose tenha sido um "pedido de socorro", mas Ian disse a seus companheiros de banda que não havia ingerido uma overdose. O livro conta que Bernard Sumner levou Ian a um cemitério após sua saída do hospital, para mostrá-lo onde ele poderia ter ido parar caso a overdose tivesse sido fatal.

Na noite em que Ian Curtis cometeu suicídio, dias antes do início da primeira turnê do Joy Division nos Estados Unidos, ele assistiu a um de seus filmes favoritos, Stroszek, de Werner Herzog, enquanto ouvia Weeping, momentos antes de se enforcar falou por telefone com um amigo, nomeadamente membro de uma banda. Mais tarde ele se enforcou em sua cozinha, segundo conta-se, ouvindo o disco The Idiot, de Iggy Pop. Os pontos de vista e as preferências de Ian Curtis continuam a gerar especulações sobre as reais razões pelas quais ele resolveu tirar a própria vida. Alguns dizem que ele simplesmente desejou morrer jovem, "apaixonado pelo mito da estrela do rock que morre jovem" [1]. Mas o fato é que Ian já era conturbado em sua adolescencia, com pensamentos e ideologias de contra cultura, uma mente provávelmente já farta com o mundo ao redor.

Ian Curtis foi cremado e suas cinzas foram enterradas em Macclesfield, com uma lápide com a inscrição "Love Will Tear Us Apart" ("O Amor Vai Nos Destruir"). O epitáfio, escolhido por sua esposa Deborah, é uma referência à canção mais conhecida do Joy Division.

Legado

Os membros remanescentes do Joy Division formaram a banda New Order após a morte de Ian Curtis. A banda havia feito um acordo de que o Joy Division não continuaria se um dos membros deixasse a banda ou morresse. O primeiro álbum do New Order, Movement, possui uma canção intitulada I.C.B., que significa "Ian Curtis Buried" ("Ian Curtis Enterrado").

Em maio de 2007, um filme britânico sobre a vida e a morte de Ian Curtis, intitulado Control, estreou no Festival de Cannes. No papel de Ian Curtis está o ator britânico Sam Riley (em seu primeiro filme como ator principal), que nasceu em 1980, cerca de quatro meses antes do suicídio de Ian Curtis. O filme é dirigido pelo holandês Anton Corbijn.

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