Quem passa por aqui

Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Upside down - Jack Jonhson - Traduzida

Quem vai dizer o que é impossível?
Bem eles esqueceram que este mundo continua girando
E a cada novo dia eu posso sentir uma mudança em tudo

E enquanto a superfície quebra, reflexos enfraquecem
Mas de algum modo eles permanecem os mesmos
E à medida que minha mente começa a abrir suas asas,
Não há limites para a curiosidade

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Jack Johnson


http://www.lat34.com/_/Photo/Nonex500/jackjohnson2.jpg
Jack Hody Johnson nasceu em Honolulu, Havaí, 18 de maio de 1975 e cresceu na Baía Norte de Oahu, Havaí, aprendeu a tocar violão aos 14 anos de idade, começou tocando músicas do Metallica (One) e de Cat Stevens (Father and Son). Antes de lançar o álbum Brushfire Fairytales fazia filmes de surf.http://www.lat34.com/_/Image/_/jack_johnson_surfing.jpg

Jack se aproximou mais da música aos 17 anos, quando ao participar de uma competição de surfe, sofreu um acidente que o deixou 90 dias parado. Durante esse período começou a compor influenciado por ídolos como Bob Marley.

Foi estudar cinema na Califórnia aos 18 anos, não queria ser um profissional do surfe, por isso decidiu estudar cinema, idéia que lhe rendeu um documentário (Thicker than water), dirigido por Jack, gravado a partir de uma aventura ao redor do mundo com amigos, documentário aquele que em 1997 ganhou o título de documentário do ano pela revista Surfer.http://www2.ctt.pt/fewcm/export/pics/miniweb/bilhetes/litle_image/Jack-Johnson2.jpg

Jack Johnson ainda fez mais 2 documentários, ambos também sobre surf: A Broken down Melody e September Sessions. O próprio Jack compôs as trilhas sonoras dos documentários. Incentivado por amigos como Ben Harper, Jack Johnson gravou seu primeiro CD, 'Brushfire Fairytales' em 2001. Em 2003, lançou seu segundo CD, 'On And On'. Em 2005, Jack Johnson alcançou o topo de sua carreira com o lançamento de seu terceiro CD, 'In Between Dreams', onde conquistou o 2° lugar no Top 200 da revista Billboard.

In Between Dreams e todos os discos posteriores foram gravados nao mais pela universal Records, mais pela sua própria gravadora, A Brushfire Records gravando cd's de varios amigos como Matt Costa, G.Love e Ben Harper.

Em 2006 Jack Johnson lançou seu quarto CD, "Sing-A-longs and Lullabies for the film: Curious George". O CD é a trilha sonora do filme de animação 'Curious George', na qual Jack compôs. O CD tem participação de amigos, como Ben Harper, Matt Costa e G. Love. A música que tem feito mais sucesso se chama "Upside Down".

No dia 4 de Fevereiro de 2008 Jack Johnson lançou o quinto cd de sua carreira, Sleep Through The Static, onde ele toca músicas dedicadas especialmente à família e amigos mais próximos.

Atualmente, toca junto com Adam Topol e Merlo.

Sua música é influenciada por artistas como Nick Drake, The Beatles, Rolling Stones, Sex Pistols,Jimi Hendrix, Tribe Called Quest, Bob Dylan, Ben Harper, Radiohead, G. Love and Special Sauce, Otis Redding, Neil Young, Bob Marley, Tom Curren, Kurosawa, Sublime e outros.

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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quem foi o pai dos hippies ?

http://www.kerouac.com/images/keenan/kennan_photo02.jpgSessenta e quatro mil, novecentos e vinte e oito! Essas foram, reza a lenda, as últimas palavras balbuciadas pelo espantoso Neal Cassady. Quem escutou o enigmático suspiro foi um mirrado grupo de índios tahaumaras que passava ao lado da linha férrea no ardente deserto mexicano, a 4 quilômetros da estação mais próxima, em Guanajuato, norte do México. Era a manhã de 4 de fevereiro de 1968, e os nativos evidentemente não alcançaram o significado dos algarismos que, junto com o último suspiro, derramaram-se da boca ressequida do gringo poeirento caído junto aos trilhos.

Se vivesse quatro dias mais, Neal Cassady iria comemorar seu 42º aniversário. Mas ninguém pode dizer que foi pego de surpresa pela morte — e, menos ainda, que ela não tenha sido coerente com a trajetória do falecido. Cassady morreu drogado, sozinho, (relativamente) jovem, no auto-exílio e à beira do caminho. O nobre selvagem que influenciou toda a literatura e a geração beat foi um desses personagens definitivamente maiores que a vida. Foi o frenético protagonista de On the Road, de Jack Kerouac, o "herói secreto" de Allen Ginsberg, um coquetel de James Dean com Marlon Brando e uma pitada de Maiakovski, o vagabundo celestial, o pai de todos os hippies, o patrono da delinqüência juvenil e da rebeldia sem causa, o motorista sem limites. Um genuíno herói americano.

Nascido em Salt Lake City em 8 de fevereiro de 1926, criado nos becos de Denver, Colorado, por um pai alcoólatra, Neal passou a adolescência em reformatórios lendo Nietzsche e histórias em quadrinhos (sem entender bem nenhum dos dois) e escrevendo longas, loucas cartas. Pelas vias transversas que sempre marcaram sua vida, tais cartas chegaram às mãos (e aos espíritos) de Ginsberg e Kerouac. E deflagraram uma revolução literária na América.

O vertiginoso estilo de Neal, sua torrente verbal sem pontos ou vírgulas, desatolou Kerouac do areal criativo onde ele se encontrava e o levou a escrever, em delirantes três semanas, o clássico On the Road – Pé na Estrada (1957). É o livro que transformou Cassady em personagem imortal. A vida (e a incipiente obra) do homem que Kerouac batizou no livro como Dean Moriarty também inspirou Ginsberg a criar um dos mais fulgurantes e sombrios poemas dos tempos modernos, Uivo (1956). A súbita fama tornou Neal Cassady prisioneiro da própria lenda. Mas ele ainda conseguiu incrementá-la ao partir com Ken Kesey (autor de Um Estranho no Ninho, 1962) em uma louca viagem de ônibus e de ácido, de costa a costa da América. Em meio a tantas vertigens, Neal escreveu seu único livro, parte inicial de uma autobiografia inconclusa, chamado O Primeiro Terço (lançado três anos após sua morte).

O fim da linha se deu naquela manhã de 1968. Após ingerir colossais doses de pulque, bebida fermentada feita de cacto, Cassady partiu, doidão e a pé, de Celaya, cidadezinha no meio de nada, até San Miguel de Allende, próxima a lugar nenhum, anunciando para sua jovem amante que iria contar quantos dormentes havia na linha férrea entre um vilarejo e o outro.

— Sessenta e quatro mil, novecentos e vinte e oito! — foi o que os tahaumaras escutaram o gringo dizer, antes que a insolação e a desolação levassem Cassady para brincar em outros campos do Senhor.

* Eduardo Bueno, autor de livros de história do Brasil, traduziu On the Road – Pé na Estrada, de Jack Kerouac

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Herbert Viana

Pensamento da semana

Cirurgia de lipoaspiração?

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém esta percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.

Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, evelhecer, não. Estria é caso de policia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz não pensa em mais nada alem da imagem. Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, corre, viver muito, ter uma aparência legal mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto.que alguém acorde. Que o mundo mude

Que eu me acalme. Que o amor sobreviva

“cuide bem do seu amor, seja ele quem for”

Herbert Vianna

Cantor e compositor

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Todo mundo explica

http://www.webletras.com.br/resize.asp?path=artistas%5CRaul-Seixas_450x300_741.JPG&height=140&maxw=409Umas das letras mais elucidativa do Raul, da qual ele usa elementos religiosos e filosóficos intrigantes, através dessa música somos capazes de perceber a mente confusa e ao mesmo tempo cheia de respostas que era a mente de Raulzito, como sempre usando pitadas de humor, uma música poética com linguagem simbólica exotérica. Prestem muita atenção a cada linha:

http://www.radio.usp.br/imagens/raul1.jpg
Não me pergunte por que
Quem-Como-Onde-Qual-Quando-O Que?
Deus, Buda, O tudo, O nada, O ocaso, O cosmo
Como o cosmonauta busca o nado, o nada
Seja lá o que for, já é

Não me obrigue a comer
O seu escreveu não leu
Papai mordeu a cabeça
Do Dr. Sugismundo
Porque sem querer cantou de galo
Cada cabeça é um mundo Gismundo
Antes de ler o livro que o guru lhe deu
Você tem que escrever o seu

Chega um ponto que eu sinto que eu pressinto
Lá dentro, não do corpo, mas lá dentro-fora
No coração e no sol, no meu peito eu sinto
Na estrela, na testa, eu farejo em todo o universo
Que eu to vivo
Que eu to vivo
Que eu to vivo, vivo, vivo como uma rocha
E eu não pergunto
Porque já sei que a vida não é uma resposta
E se eu aconteço aqui se deve ao fato de eu
simplesmente ser
Se deve ao fato de eu simplesmente

Mas todo mundo explica
Explica, Freud, o padre explica, Krishnamurti tá
vendendo
A explicação na livraria, que lhe faz a prestação
Que tem Platão que explica, que explica tudo tão bem vai lá que
Todo mundo explica
protestante, o auto-falante, o zen-budismo,
Brahma, Skol
Capitalismo oculta um cofre de fá, fé, fi, finalismo
Hare Krishna, e dando a dica enquanto aquele
papagaio
Curupaca e implica
Com o carimbo positivo da ciência que aprova
e classifica

O que é que a ciência tem?
Tem lápis de calcular
Que é mais que a ciência tem?
Borracha prá depois apagar
Você já foi ao espelho, nego?
Não?
Então vá!
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Indicações ao premio dardos

Esse são os meus indicado ao premio dardos que poderão indicar o premio para outros 15 blogs


Visite!PoematórioVírus, Spam & Cia.Cerebelo na BritaZé do QuiaboCódigos Bloghttp://i153.photobucket.com/albums/s226/mahoutsukaibr/Viciados%20em%20livros/logo-3.jpg

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Premio Dardos

É meus amigos fui indicado pela Bárbara ao premio Dardos, depois estarei postando os meus indicados.
[premio-dardos_thumb1.jpg]






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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Buddha de Odilon Redon
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Jack Kerouac & Allan Watts


Estávamos de mudança. Deus havia nos permitido encontrar um novo caminho para a nossa vida. Meu pai, combalido e num estágio avançado da doença, conseguiu um empréstimo com um parente e esperávamos o caminhão Ford de Ned Sander parar na frente da nossa casa. Íamos saindo de Lowell, deixando para trás cerca de mais de duzentos anos de história. Entretanto, a pobreza corrói o espírito e transforma o corpo em um lar de desespero. O homem falido deixa os hábitos e a sujeira ocupa suas feições. A barba cresce, os olhos passam a procurar o vazio, a coluna arria. Era outubro e o outono abriu meu coração, jorrando lágrimas de palavras sobre a tábua da vida.
Enquanto ouvia discretamente a chuva cair e o silêncio ocupar a paisagem, percebi que a porra do Sander estava atrasado. Meu pai tinha feito a barba, penteado o cabelo e usava o seu melhor traje. Queria sair dos limites da cidade de forma digna, sem que se sentisse um “derrotado pelas coisas”. Mas que merda! Pensei em gritar: Pai, cadê aquele animal? Mas logo vi que essa raiva não era para o homem que se esquecera do compromisso. Percebi que o ódio era da mudança, da urgência da vida e da dependência moral e econômica dos cidadãos da América. Seria uma agressão ao meu velho e sacrificado pai, não um desabafo contra o outro, mas um tiro no meu próprio peito.
Numa das caixas, um livro me chamou a atenção. Era mais um das coleções loucas de minha mãe, uma católica que vertia para um lado mais esotérico e místico da crença. Ela sempre apresentou uma sabedoria unificada a superstições, uma mistura que também me cativou. O título da edição eu não me recordo, lembro-me da capa, bem bonita, uma santa talhada, uma verdadeira obra prima da iconografia cristã. Ele devia ser muito velho, deve ter pertencido a algum parente distante. Ao me aproximar para pegar o livro, um outro título, por baixo desse, estava ainda embrulhado. Mãe que livro é esse, perguntei. Ganhei da Beth, Jean, acho que sobre um estudo de orientalismo, não me recordo o autor, disse ao mesmo tempo em que soltou um suspiro de impaciência, seguido de um olhar para a tristeza de meu pai. Desviei minhas vistas da desgraça e logo me interessei pelo conteúdo daquele objeto. Quem sabe ele não tiraria minha atenção daquele momento e me levaria para o jardim secreto?
Rapidamente tirei o papel pardo que o cobria. Era um livro chamado “O espírito do Zen”, de Alan Watts. Nunca tinha ouvido falar do nome, mas já conhecia um pouco do assunto. Um outro Allan me apresentou algumas lições dadas pelos patriarcas e me explicara sobre a diferença entre o budismo mahayana e o hyrayna, o grande e o pequeno veículo. Explicação essa que tinha ido mesmo para o meu espírito, para o meu inconsciente. Só me lembrava do nome sagrado Sunyata, o nosso estado atual em que estamos todos separados, vazios. Então, abri ao esmo as páginas, encontrei de cara alguns versos para Pu Tai, o Deus da fortuna, que diziam sobre vacas que pastavam em nossos domínios:
Nunca deixem que te afastem/ Do chicote e da corda/Pois, caso contrário, ela fugirá para um mundo profano/ Quando ela for adequadamente domada,/Crescerá pura e dócil/ E mesmo sem cordas, e sem nada que a prenda/ Seguir-te-à espontaneamente
Muito antes de acreditar ser um poema que incentive a violência contra o pobre rebanho, tive a intuição de que a vaca representava uma espécie de recompensa, de alimento. Para alcançá-lo é preciso que dominemos nossos instintos e continuemos com o esforço de educar nossas ações. Quando estivéssemos maduros, aquilo que nos é primário e necessário estaria em nós sem que percebêssemos. Todavia, não estaríamos presos a eles, não necessitaríamos contar os níqueis na carteira, nem lembraríamos de que existem bolsos, pois não pensaríamos neste acordo rasteiro chamado dinheiro.
Ned demorou mais alguns minutos para chegar fazendo barulho e jorrando fumaça sobre nós. Nos mudamos para Nova York, Ozone Park, um bairro operário, cinza, triste, mas pelo menos podíamos nos esconder do frio. Apesar de tudo, da morte de meu pai, das grandes noites de insônia, do longo caminho aos bons lugares da grande maça, foi naquele pequeno apartamento que tive as minhas verdadeiras experiências búdicas. Foi ali em meio ao silencia e à angústia que a força do cristo se uniu ao contemplar de Gautama. Percebi que os dois eram um só e que eu e todos nós também somos eles. Escrevi ali os meus livros e iniciei a minha retomada dali mesmo. Minhas viagens foram feitas a partir dali, assim como minhas amizades, loucuras e amores. E foi naquela vizinhança que Buda se virou pra mim e me cumprimentou. Olha, meu nome é Alan, sou pesquisador e fiquei muito interessado na maneira como escreve. Era alguém ao interfone. Onde conseguiu meu endereço, perguntei. Como disse, sou um pesquisador. Leciono em faculdades, conheço os beats. Tudo bem, pode entrar.
Ele devia ser um pouco mais velho do que eu, uns oito anos, já devia estar quase com quarenta, barba farta, cabelos pretos, mas se encaminhando para o grisalho, sotaque inglês. Entretanto, não se vestia como um inglês. Pensei até que se tratava de alguém da Austrália, cheio de cordões, sua blusa e calça, largas. Gostei de cara do sujeito.
- J. estudo o budismo há muito tempo e sempre vi dois tipos de textos. O considerado sagrado, protegido pelos patriarcas, contendo explicações doutrinárias, questões de lógicas morais e muitos, digamos, enigmas para o homem que não está acostumado a cultura do Oriente - tomou um trago de água e olhou para dentro da própria mente.
- Sei, prossiga...
- O outro tipo são pessoas como eu, que pegaram esses ensinamentos e escreveram racionalmente, tentando interpretar e racionalizar em cima das propostas do budismo e muito também sobre a sua história e contexto social. A questão é que eu nunca havia visto alguém escrever sobre o estado de iluminação dentro da própria literatura, sem necessariamente escrever: estou escrevendo a partir de pensamentos budistas. O tom que demonstra com seus personagens é impressionante búdico. Eles estão todos sobrecarregados de passagens, de idas e vindas sobre o vazio. A vida não é colocada como um fim, mas um meio, uma passagem para que se conquiste a liberdade.
Abro um sorriso, feliz por ter sido reconhecido, mas ainda mais alegre pois realmente senti algo naquele homem. Além disso, estava, justamente naqueles dias, acabando de dar os últimos retoques em meu terceiro título, “Vagabundos Iluminados” (Dharma Bums). Eram lembranças e vivências de um tempo em que considerava a iluminação como a minha principal causa, uma época em que o Zen e o Tao regulavam meus costumes.
- Sabe senhor Watts, eu tive um companheiro de viagem que me ajudou muito. Ele me mostrou sua coleção inteira de haikais e me deu lições básicas de mandarim. Entretanto ele foi para o Japão. Tenho algumas páginas do livro que conto um pouco do tempo em que escalávamos montanhas para sentir a vida em sua extrema transformação, senhor gostaria de fazer uma leitura?
- Não, acho que vou esperar que publiquem. Vim mesmo para olhar sua fortuna.
E na simplicidade de um grande iluminado, pediu licença, agradeceu o papo e a oferta e me desejou paz e equilíbrio.
Alguns anos depois, esse meu amigo que estava para o Japão não aprovou muito do que escrevi. Sua busca por iluminação passava por um silêncio radical sobre a própria experiência. Até entendo esse isolamento, porém, não teria como ter contado sobre as minhas transformações se ele não estivesse por perto. Seu vigor e sua sabedoria foram fundamentais para o processo. Fiquei isolado da humanidade por três meses pela força que ele me passou e agradeço a Deus por ter vivido a angústia do vazio.
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